quarta-feira, 23 de abril de 2008

A arte como terapia



Há bastante tempo atrás ficou hospedada na minha casa uma tia, Tereza, que veio fazer uns exames aqui em São Paulo. A tônica dela era tristeza, os filhos tinham casado e mudado, o marido morreu e ela se sentia só, terrivelmente só.

Eu olhava pra ela e pensava num meio de tirá–la da depressão, e achei! A resposta era PINTAR!

Ela aceitou e começamos, eu a ensinar, ela a aprender. Ela não sabia realmente nada de pintura. É delicioso ensinar a pintar! É bom demais!

Seduzi minha tia Tereza pra pintura através dos pintores, principalmente meus preferidos, os impressionistas Monet, Van Gogh, Lautrec, Renoir, Gaughan, Manet, enfim, todos. Contava a história deles, suas vidas, mostrava seus quadros, lindos, belíssimos, inesquecíveis ... E falava também da arte japonesa, adorável. Se tem uma coisa que japonês sabe fazer, essa coisa é arte. Eles são artistas, pintores de cores maravilhosas, únicas, e também desenhistas. São mestres do desenho! Como são lindos os mangás, amo os mangas, que traço, que criatividade, que arte! Amo os japoneses, e os impressionistas também amavam, por isso sua arte foi muito inspirada nos motivos japoneses.

A primeira tela que ela pintou foi uma paisagem, depois flores, depois natureza-morta, natureza-viva e enfim, ela estava viva outra vez, feliz, criando, e adeus depressão, foi-se para não mais voltar. Agora pinta bem demais e já é professora.

Minha tia Tereza voltou pra cidade dela, Porto Alegre (também adoro Porto Alegre), abriu um curso na casa dela mesmo e começou a dar aulas. Hoje já tem tantos alunos que não sobrou espaço nenhum pra tristeza, não apenas alunos, mas amigos, e casou de novo com um dos seus alunos, um militar aposentado, que pinta e borda.

Pintar é tudo de bom, é lazer, criação, prazer e terapia, e não só pintar, mas também trabalhar com a madeira. O contato com a madeira é tranqüilizador, seu manuseio acalma e equilibra; o artesanato com peças de madeira desenvolve a criatividade, a educação estética, a auto-estima e confere grande satisfação ao aluno.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A arte morreu no Brasil?


Nesse fim de semana, conversando com um amigo meu, professor e apreciador de arte, ouvi a nseguinte frase: "A arte aqui no Brasil, morreu! Ninguém mais quer saber, ninguém se interessa, ninguém liga, ninguém mais quer aprender, não tem mais lugar para a arte, aqui são todos muito ignorantes!".
E eu, que faço arte todos os dias, fiquei pasma.
E se for mesmo assim, serei espécime em extinção? Então não vou me extinguir sozinha, há muitos outros como eu que fazem arte e vivem da arte.
Onde estarão as pessoas que gostam de arte? Fui me informar e, graças a Deus elas existem, ainda!
Amigo professor, não há motivo para desespero, o ato de criar é inerente ao ser humano, a arte anda um pouco em baixa, é verdade, mas nunca vai se extinguir, é só procurar um pouco e a gente acha um aluno, um apreciador...
Gente, vamos fazer arte!